Estou feito criancinha, emburrada por não entender. Cruzei os braços, briguei com o mundo. Eu odeio as coisas que eu não sei! Eu odeio não saber se elas são coisas mesmo. E o tema da indignação hoje começou pequeno. Um bit, um átomo! Odeio bits e átomos! Minhas palavras são bits, oito pra cada letra, nove pra não ter erro. É muita coisa! Ainda mais infantilmente, assumo que é mais do que as calorias que eu poderia ingerir num dia, é mais do que as vezes que eu posso piscar os olhos por dia e mais do que o número de objetos que tem no meu quarto. Só não é mais do que os átomos! Estes são minha desgraça! Penso agora numa bolinha rodeada de pequenos objetos em órbita que é o que posso fazer pra não me desesperar tanto. Mas sabe? Essa bolinha que imagino - do tamanho da minha mão -, é feita, cada parte dela, de milhões de átomos! E lá vem a coceira mental de novo!
"Um corpo tende a ficar em movimento se estiver em movimento e em repouso, se estiver em repouso." Mas, enfim, quem pôs os elétrons na órbita daquele núcleozinho miserável. E digo mesmo! Pra quê estudar tudo isso? Me atormentam! Quero saber mais! E a discussão torna-se grande, vem a maior das questões. E eu não sei respondê-la! Não sei! Imagine uma caixa. Dentro dela uma bolinha e dentro da bolinha, nós. Ok, posso perfeitamente fazê-lo. Mas o que há depois da caixa é muito mais fácil de entender do que saber o que há depois do universo. Sim, a caixa é meu universo. E o que direi ainda da existência? Necessita de um espaço físico, certo? Onde este acaba? E se ele é só uma partícula de outra coisa ainda mais gigantesca, de um outro átomo, dessa vez milhões de vezes maior do que o nosso. E isso me faz pensar nas galáxias existentes dentro de cada elétron... e, ok, esta conversa está ficando estranha! Acho que cobro muito da humanidade, que nem sabe o que é luz e ainda não resolveu seus problemas mais simples e de tamanhos aceitáveis, relativamente. Mas como dizer onde acaba algo que existe e onde começa a existir as coisas inexistentes. Coisas inexistentes NÃO existem!! Não existem, me ouviu? A raíz dos números negativos, simplesmente, NÃO existe! E se não existe, por que citá-la? Por que dizer da sua inexistência? As coisas inexistentes são infinitas. Simplesmente, TODAS as coisas que não existem não existem e, sendo assim, são muito poucas as que existem perto das que poderiam existir e... ok, respire senão você acaba pensando no final do pi, que há de ser uma medida exata!, e aí lá vem mais um texto inteiro e lá vem mais perguntas e cada vez menos respostas. E, para parar por aqui, porque já cheguei em casa e a ponta do lápis vai engrossando e a paciência esvai-se e a curiosidade, firme, permanece... para parar por aqui devo dizer que, se não for possível encontrar respostas, que, pelo menos, parem com as perguntas para que eu durma em paz! Obrigada.
PS.: Tudo bem, não foi bonito, nem legal quanto podia ser, mas eu PRECISAVA esvair minhas indignações quanto ao mundo.