Permanecem os rijos maxilares em rostos reais
Brutos, truncos, fortes, mas de mãos suaves
que beijam sem violência os lábios mortais
Nos bailes agora se dança como se pode
Cansativa coreografia do cotidiano
As moças não choram nos cantos
estão de pé: são eles que choram.
Ouve-se uma triste melodia conformada
soando entre os cem tipos de motor
No centro desse cenário, o colorido
Arlequim (escondido) cambaleia galanteador
Que beijo profundo tem Arlequim
que às damas é tomado furtivamente.
nem mesmo se sabe quando se o beija:
o prazer é mais intenso que a mente.
Um segundo que se perde define
encontrar-se ou não nos braços dele
E ah, que braços são esses braços...
E ah, que beijos são esses beijos...
Pierrot, neste conto moderno
salva as moças da desesperança
promete-lhes ser amável e terno
num mundo que lhes dá tanta surra
Arlequim chora, sozinho e invisível
seus beijos são vazios sem boa boca
Beijos que eu, louca, até poderia...
(Ah, que beijos são esses beijos...que beijos?)
Mas Pierrot agora nada em alegrias
com a humildade dos apaixonados, pois
A poesia concreta de todos os dias
A poesia concreta de todos os dias
não permite mais que o amor seja os dois
Sem os belos sonhos de Pierrot
Ou os saborosos beijos de Arlequim
Colombinas desprovidas de amor
se contentam com um deles e fim.
da próxima vez espera pelo menos um dia antes de me humilhar. hauihahahaiu
ResponderExcluir"Colombinas desprovidas de amor
se contentam com um deles e fim."
*.*
E o pierrot, apaixonado, chora pelo amor da colombina.... :)
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