Tem um instante parado no alto
e observamo-no alertas.
Estamos todos no instante,
pegos na tensão abdominal,
na mordida preventiva da boca,
na mordida agressiva da mão.
É no segundo que o pescoço vira,
que o braço força e o traço
vai a velocidade alguma
porque quer mudar de rota.
O segundo entre norte e sul,
mas não dura: é uma foto.
Aonde foi o instante?
Não foi, decompôs-se
em ritmos desconexos
de cada partícula caótica
e só hão de se encontrar
no próximo compasso do mundo.
O instante nunca passa. Pode ser que ele tenha passado despercebido, porém, na verdade, ele só está esperando para poder ser visto de novo. O que devemos fazer, nesse caso?? Agarrá-lo, sempre, com todas as nossas unhas e dentes.
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