Abrimos mão de algumas coisas por escolha e de outras por obrigação; porém, fazemos tudo de acordo com o que eles esperam que nós, tolos, que amamos, façamos.
Sinto, agora, o mundo tão fora do meu controle quanto temi. Como se as coisas não tivessem saída e isso resultasse num aperto, aqui dentro.
Desejei ser outro alguém que não eu, para abstrair o motivo da minha aflição, que é ser desconhecida pra mim e sentir meu lar desvirtuado por aqueles que vieram depois e não sabem metade da história do que fora aquele lugar. Tal qual o mundo.
E então eu corro. Corro para aquele outro lugar que é lar também. Corro para aquela família que eu, e a vida, juntas, escolhemos mas esse se esvai. Em velhas fotografias vejo os rostos infantis com quem compartilhei muitos momentos. Momentos em que eu não desejaria estar em nenhum outro lugar no mundo. E essa é a melhor sensação.
"Mas não se pode arrepender em partes.", eu digo a ela, porque a vida não é feita de coisas boas ou ruins; a vida é uma eterna rede de consequências, onde uma razão é seguida de uma reação, que, por sua vez, é o motivo de outro motivo. E tudo é relativo!
Não há como fugir. O jeito é fazer da vida - e todas as suas voltas e reviravoltas - seu conforto. O jeito é colocá-la em suas mãos, montá-la e mudá-la ao seu bel-prazer. O jeito é descontar no lápis-e-papel todas as suas meias-verdades, das quais você quer convencer aquele estranho, que mora na sua consciência.
Percebo - por fim, porque o sono já chega - que todas aquelas aventuras que pensei serem premeditadas são muito pessoais e podem ter finais inesperados, porque as coisas nunca são como já foram. Seja isso bom ou ruim; ou que apenas seja.
Que lindo, Mari! Me identifiquei com esse texto.
ResponderExcluirBeijo,
Kamila
Nossa Mari! Adorei!
ResponderExcluirAssim como a Kamila, me identifiquei bastante, vi parte de mim ali. Principalmente aqui: "Desejei ser outro alguém que não eu, para abstrair o motivo da minha aflição, que é ser desconhecida pra mim e sentir meu lar desvirtuado por aqueles que vieram depois e não sabem metade da história do que fora aquele lugar. Tal qual o mundo.
E então eu corro".
Parabéns! Muuuito lindo!
Um beijo,
Nica
PS: não sei postar aqui! Acho que apaguei o outro comentário sem querer!rsrsrsrs
Valeu, Nica e Ka!! :)
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