Ela levanta o olhar desdenhoso para a vida pensando em qual seria o melhor jeito de sair daquele lugar. A cidade parece corresponder à sua indiferença com mais indiferença ainda. As pessoas passam sem nem olhá-la. Ela quer odiá-las. Não consegue. E segue a andar.
E em pleno viaduto cinza, nesse passo pesado de angústia, na embriaguez do silêncio da sua mente é que volta a sentir. Mas, então, sente-se triste. Sente-se dor. Sente-se desilusão e decide voar. Voar pra bem longe, pra onde ninguém pode achá-la. No vôo que parece perdurar horas, só consegue pensar num lugar pra onde quer ir e quando o vôo se acaba ela parece estar bem onde queria. Ela morre na contramão atrapalhando o tráfego.
Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar nem pra rir
[...]
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento, acostamento
Encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada...
Lendo esse poema me lembrei da personagem principal de "Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres", da Clarice Lispector. Lindo poema, Mari!
ResponderExcluirBeijo!
nossa...
ResponderExcluirvoce anda bem inspirada, hein. parabéns!
adoro vim aqui e encontrar tanto texto novo pra ler.
"não vai dar mais pra chorar, nem pra rir..."
Ka, pára de me torturar!! Não achei esse livro em sebo nenhum... encomendei numa livraria e ainda não chegou e eu tô loooouca pra ler!! Parô! haha :)
ResponderExcluirValeu, Equilibrista :D
Encomendou numa livraria??? Que beleza! Eu acho que você vai AMAR ler este livro, Mari!
ResponderExcluirBoa leitura!!!
espero amar, sim. haha
ResponderExcluirValeu, Equilibrista