6 de abril de 2013

Um instante

Tem um instante parado no alto
e observamo-no alertas.
Estamos todos no instante,
pegos na tensão abdominal,
na mordida preventiva da boca,
na mordida agressiva da mão.

É no segundo que o pescoço vira,
que o braço força e o traço
vai a velocidade alguma
porque quer mudar de rota.
O segundo entre norte e sul,
mas não dura: é uma foto.

Aonde foi o instante?
Não foi, decompôs-se
em ritmos desconexos
de cada partícula caótica 
e só hão de se encontrar
no próximo compasso do mundo.