Kika quando uniu-se em sagrado matrimônio
ganhou, do homem, as juras e o nome
Wellington Canibal ganhou a crueldade da alcunha
de ser vil com o machado contra a carne dos bois
Kika Canibal ia à igreja todo dia
o que enchia a alma bruta de Wellington de alegria
Cabia à moça, pelos deveres do casamento,
expurgar os pecados do marido violento.
E se Kika, de bom grado, se fazia a salvação
Era de ver no amado o que tinha lá no peito
A maldade escondida, convertida desse jeito:
O pudor é a pior forma da perversão.
Kika Canibal crente, crua, pura
apesar de tudo santo, só condenava o adultério
podia morte, podia vida, podia roubo
podia mandar um querido pro cemitério.
Wellington escolheu a dedo o pecado
e de uma moça da cidade, ficou enamorado
Kika descobriu e, como disse que faria
Foi atrás, pegar no flagra a maldita putaria
De batom vermelho e empunhando nome
Designou, pra barriga do marido, um punhal
E guardou pra mulher sua fome
quando lhe arrancou a orelha com os dentes
Kika Canibal
12 de agosto de 2012
11 de agosto de 2012
10 de agosto de 2012
Arritimia
Os olhos nunca dão o braço a torcer
e se se expõem, as bocas diminuem-nos a risos.
Os peitos voltados a lados opostos.
Os passos não são múltiplos uns dos outros
(não coincidem nunca daqui até o infinito)
Às cabeças fogem os momentos certos:
quando um pensa no outro, este não se encontra
e se se encontram, se perdem mais uma vez.
É uma imagem realmente curiosa
que só não é bonita porque é um mistério
como dois corpos se puseram assim
de costas, distantes, estranhos
e sem ousarem admitir em palavras
tranquilos, tímidos e sem motivos
furtivos
dão as mãos.
e se se expõem, as bocas diminuem-nos a risos.
Os peitos voltados a lados opostos.
Os passos não são múltiplos uns dos outros
(não coincidem nunca daqui até o infinito)
Às cabeças fogem os momentos certos:
quando um pensa no outro, este não se encontra
e se se encontram, se perdem mais uma vez.
É uma imagem realmente curiosa
que só não é bonita porque é um mistério
como dois corpos se puseram assim
de costas, distantes, estranhos
e sem ousarem admitir em palavras
tranquilos, tímidos e sem motivos
furtivos
dão as mãos.
Too dirty to
Reality can do me no harm
It doesn't even reach me
I'm stuck in a underestimated
overcreative, free and horrible mind,
watching it all and claiming it normal
not offering the world any reaction
Still.
Safe.
I am immune to weirdness,
my mind is a freakshow.
It doesn't even reach me
I'm stuck in a underestimated
overcreative, free and horrible mind,
watching it all and claiming it normal
not offering the world any reaction
Still.
Safe.
I am immune to weirdness,
my mind is a freakshow.
8 de agosto de 2012
Pra fora
Preciso vomitar o peito
Se não agora, em poucos minutos
Das formas que há, que seja estomacal
Bruto, nojento, dolorido
Dispenso o milagre da lágrima
E a prática arte catártica
Espero e forço as entranhas
Há de ser fisiológico e ter mau gosto
A alma temperada com nada
recheada da dor de ser.
Se não agora, em poucos minutos
Das formas que há, que seja estomacal
Bruto, nojento, dolorido
Dispenso o milagre da lágrima
E a prática arte catártica
Espero e forço as entranhas
Há de ser fisiológico e ter mau gosto
A alma temperada com nada
recheada da dor de ser.
Sublime
O sublime vive me escapando:
Teço ensolarados dias com descrições parnasianas
e os olhinhos encantados que os contemplam
e quando cai a noite
o tempo fecha
os olhos fecham
e meu coração se fecha junto.
1 de agosto de 2012
História de amor
E agora?
Multiplicar a saudade.
Fazer, do encontro, evento.
Lotar os silêncios desajeitados
de riso, calma e sentimento.
O sorvete vira banquete.
O sorvete vira banquete.
No céu, uns cavalos alados.
E a noite de São Paulo, amarela
agora se faz à luz de velas.
Tiro tudo o que é pequeno e profundo:
beijo roubado e Machado num marcador,
pra poder contar pra todo mundo
uma suposta linda história de amor
Pra fazê-los suspirar
Pra fazer-nos rir
E pra eternizar nas entrelinhas
a história que contarei aqui:
uma história dessas infames
das pequenas e banais
das tranquilas e reais:
Eu. Você. E nada mais.
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