15 de dezembro de 2013

Em minha cidade

Quero esbarrar com todos vocês nas calçadas de São Paulo
e extrair conversa do menor fio de relação.
Vamos rir de novo das velhas histórias,
sentados na mesa do mesmo bar,
aproveitando os vínculos de vida e linguagem.
Muito, muito próximos e honestos.

E rir cantando
E cantar chorando
E chorar brigando
E brigar brincando
E quando for bom amar, amaremos.

Mas se não for e quando cansados,
ao voltarmos pra casa sozinhos
desafiando as duras paredes da cidade
os pesados trânsitos, as baldeações
as lonjuras, as expectativas e esperas
as desgraças, o tédio, o malcheiro e a dor,
a injustiça e a implacável solidão,
pelo menos veremos nos vagões dos metrôs
rostos bastante familiares.

Um comentário:

  1. O que eu mais gosto nos seus textos, Mari, é que eles são muito pictóricos. Consigo imaginar tudo que você descreve acontecendo.

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