12 de agosto de 2012

Kika Canibal

Kika quando uniu-se em sagrado matrimônio
ganhou, do homem, as juras e o nome
Wellington Canibal ganhou a crueldade da alcunha
de ser vil com o machado contra a carne dos bois

Kika Canibal ia à igreja todo dia
o que enchia a alma bruta de Wellington de alegria
Cabia à moça, pelos deveres do casamento,
expurgar os pecados do marido violento.

E se Kika, de bom grado, se fazia a salvação
Era de ver no amado o que tinha lá no peito
A maldade escondida, convertida desse jeito:
O pudor é a pior forma da perversão.

Kika Canibal crente, crua, pura
apesar de tudo santo, só condenava o adultério
podia morte, podia vida, podia roubo
podia mandar um querido pro cemitério.

Wellington escolheu a dedo o pecado
e de uma moça da cidade, ficou enamorado
Kika descobriu e, como disse que faria
Foi atrás, pegar no flagra a maldita putaria

De batom vermelho e empunhando nome
Designou, pra barriga do marido, um punhal
E guardou pra mulher sua fome
quando lhe arrancou a orelha com os dentes
Kika Canibal

2 comentários:

  1. belas rimas, envolvente, gera expectativa, e criva um final como se espera....

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