5 de janeiro de 2010

Tudo o que você deixou

A lapiseira Pentel - cuja borracha estava sempre intacta - e a borracha, meio azul, meio rosa, que viviam no seu bolso. A régua amarela com apoiador que eu achava genial. O relógio que media temperatura pro meu irmão e o guardador de fones que demorei pra descobrir a utilidade, juntamente com as moedas de todos os paises, pra mim.
Uma vitória que só eu acho importante. Algumas manias, alguns trejeitos. Algumas palavras que a gente ria de você falando ("arioporto"). O rosto pro meu pai e o jeito de falar pro meu tio. Na cozinha, deixou várias caixinhas de bom parecer que nenhum carpinteiro sabe fazer.
Uma desculpa pra mudar de cidade, uma desculpa pra mudar de casa, uma desculpa pra chorar, uma desculpa pra conseguir, uma desculpa pra nunca mais se aventurar.
Lembranças, o olho azul-céu (céu de brigadeiro) na foto da parede. Na foto, também, dois sorrisos: o seu, como o do meu pai e um mais engraçadinho no rosto da menininha no seu colo, eu. Saudade.

PS.: Quem deve entender, o fará por completo.

3 comentários:

  1. Que lindo! A princípio, eu pensei que se tratava de um poema para seu pai, mas acho, agora, que é pro seu avô, acertei??

    Beijos,
    Kamila

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  2. Mariana, puxa demais!!!

    Mas, diga lá, que "folha" linda é essa?? É um tipo blog???
    Desculpas a Tia é bem ignorante quanto à essas ferramentas (e quanto aos milhares de outros meios da vida...) beijos, parabéns e um retratinho fascinante!!! <3

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