5 de maio de 2011

Ode à exatidão nas minhas humanidades(ou A tentativa de tal assassinato)

O mundo pede um ultimato
E eu mato que é pra não mais viver
O mundo me quer morto, me quer farto
Porque senão eu surto e eu posso e eu passo.

O mundo me pede um fato
Um dado matemático pra jamais duvidar
O mundo me quer pouco e age
E é ultraje pensar e eu penso e eu penso

E então há o indiscutível sim.
E, portanto, o rígido não.

E cadê o talvez que não é nem verdade?
O quem sabe que quer e muda de ideia?
Cadê os quereres, os dizeres, os cadê-res?
O pode ser de quem se subverte o sentido?
Cadê as perguntas ao fim do poema que tem como finalidade me responder?

(O são pelo simples ponto de interrogação?)

4 comentários:

  1. AAAhhhh alguem vai pra Academia Brasileira de Letras logo logo viu...

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  2. Genial, Mari!!!

    Perfeito!

    São as perguntas que movem a gente mesmo...

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  3. tá precisando de um "Fim de Caderno - vol. 2" publicado e nas melhores livrarias...

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  4. Poxa, Mariana, você tem alma de poeta mesmo. Sério. Não é pra qualquer um escrever coisa desse tipo, nesse nível. Parabéns.

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