11 de agosto de 2011

Sobre a sorte e afins

Mudou o nome pela numerologia.
No RG, Marina. Pra sua mãe, Marina. Pro seu pai, escolhi o nome com tanto carinho, poxa! No canto do quadro e na parede do quarto, Marinna. O nome pelo qual atende é o mesmo. Na carne, nada há. O cérebro racionalizou em partes: sou Marina até Marinna ser. Nos olhos, ainda mar e a solidão que ene nenhum tira.
Diz que dá sorte, né? Reduzamo-nos a animais humanos. De humano, nome é parte oficial. Reduzamo-nos a analfabetos. Ainda que errada, a língua é parte essencial. Reduzamo-nos àquele humano sozinho que nasceu longe e pensa em fotos. Sociedade humana, a palavra é parte grande.
Marinna sem nome sem nada compra a sorte, que não se alia à carne, e que disse o jornal, a vizinha, a tevê, o professor de arte, a numeróloga - todos sem nome sem nada - e vende ao pai.


PS.: "Eles eram muitos cavalos" pra soltar a escrita.

2 comentários: