28 de agosto de 2010

Sem lirismo

Sem máscara, sem palavra nem nada, sem dizer, dizendo, guardando, sentindo. Sentindo, sentindo, sentindo, sentindo... Sentido. É, procuro um desses! No dia-a-dia! A consulta do dentista e só. Só. Sou rasa, sem nada. Eu ouço, eu falo. Eu rio, eu brinco. Eu estudo matemática. E eu gosto. Eu sou gente, também. De carne e osso. Eu sou a Mari. Mari-ana Varandas Lazzari, 14 anos paulista paulistana orgulhosa. Eu não leio quando não tenho tempo e eu não sei o que é saudade. Sem lirismo, não sei. Eu moro em Santo Amaro. Eu ando na rua e me perguntam as horas. Juro! E quando perguntam indicação de rua? Nunca sei... vou andar com uma placa avisando que não me perguntem caminho. Eu gaguejo e não sei explicar.
Eu odeio o meu nariz e eu fiz mechas novas no cabelo. Eu me visto bem pra encontrar um moço e ele nem nota. Me chamam de nerd, de estranha, de engraçada, de inteligente... e eu não sou nada disso! Eu sou eu. Mari. Mari-ana. Eu odeio encarar meu nome assim, inteiro. É tão... inteiro. Tão sério! Tão pomposo! Eu sou a Mari, só Mari. Pros íntimos e pra todo mundo. Eu vou até o outro lado da cidade todo dia e eu fico vendo os indies do centro cultural e o mendigo que fala sozinho. Eu desperdiço tempo na internet. Eu assisto "House" e queria saber ser como ele, mesmo com todos os defeitos. Eu odeio votos de aniversário. Eu amo o muffin do centro cultural e eu adoro ouvir as constatações do meu pai sobre o mundo. Até quando ele viaja, eu gosto. E mesmo quando eu brigo com ele, porque o mundo é diferente do que ele é diz. Eu sei lá. O que eu, Mari, poderia saber? Eu não sei nem dar ao final, ponto. Não sei... a vida é reticente. E lá vem o lirismo de novo! Não me deixa! Mas, sei lá, vai ver a vida é meio lírica mesmo... até a consulta do dentista, quem sabe.

6 comentários:

  1. você me adorou, então. haha todinho eu.

    valeu, kuks :)

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  2. Que lindo, Mari! Adorei essa sua mostra de você mesma, do jeito que você é.

    Beijo!

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  3. quando falam meu nome inteiro chego a ter calafrios.

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  4. se falam meu nome inteiro parece que eu tô na sala de espera do médico e a moça tá me chamando. é o único lugar que eu aceito. e olhe lá.

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