Andou na rua e achou um cara.
Mentira, nada é assim tão simples: com ela, vieram, pelo caminho, pessoas; umas à frente, umas atrás e umas, (a frente ou atrás) ao seu lado: coladas ou distantes. Acontece que os caminhos não são retos, bagunçam-se, estabilizam-se, correm e param, só não voltam.
Então, andou pelo seu caminho e topou com um cara. Foi uma esbarrada rápida e acho que talvez só tenha sido ela vendo ele passar correndo, mas atingiu-a em cheio.
Podia vê-lo lá longe correndo...
diminuindo...
diminuindo...
Esperou o passo do mundo. Foi birra, eu sei! Ele não recuou!
Queria correr atrás do cara e não era só isso: suas expectativas a ultrapassavam, seus amigos iam na frente estendendo a mão, mas sem parar de andar, o Mundo ria, sentiu a raiva.
Comum raiva, que aqui é detalhe, mas que às vezes não vai embora.
Virou pro mundo, 'se você não vai, vou eu.' e tropeçou porque não é a heroína dessa história e nem é essa história um filme americano. Então, nem importa muito dizer o depois:
provavelmente o seu cara não olhou pra trás.
provavelmente os amigos cansaram de esticar o braço.
provavelmente todo mundo esperava uma vitória na maratona e uma música bem legal de fundo.
Mas que ela deu o passo, sou testemunha: deu.
O importante é ter coragem pra dar o passo. Sempre.
ResponderExcluirFiquei arrepiado. Quanta vida!
ResponderExcluirtodo passo é uma mudança, pois dar um passo ja é uma escolha e para escolher é necessário coragem, então nenhum passo é dado realmente em vão.
ResponderExcluirÉ verdade, a decisão "vou dar um passo" já é um passo também.
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