17 de dezembro de 2010

Todos os motivos VII

Meu modo é o avesso do avesso da ironia. A tua compreensão é vasta, me decifras tão facilmente. Ainda assim não te decifras. Ainda assim, tens vontades contraditórias das quais gosto, como as das vezes que me olhas confuso (mais pra si do que pra mim). Todos os dias, me agarras a alma, me ofereces a palma e me acalmas numa doçura tão dura, vivaz de quem vê a verdade, real. E todos os dias viras pensamento, viras cogitação e viras-te pra mim num sorriso como o de quem sabe tudo o que há pra se saber de mim.
Há problemas que trazem prazeres, problemas que substituem coisas que faltam. Deixam de ser problemas. Há momentos que ouso dizer - e volto a dizer - que eu e você somente, num plano único de duas faces seríamos nós. Esses momentos acabam com o tocar do telefone ou cada vez que a janela do msn chama e não é tu. Notar a utopia que é isso tudo doi. E quanto maior a dor, maior a quantidade de endorfina que vem a seguir.

Um comentário:

  1. Adoro a simplicidade dos teus poemas, mas, ao mesmo tempo, a profundidade que eles trazem! Parabéns por mais esse aí!!

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