20 de julho de 2012

Doze pessoas

doze pessoas que agrupei assim
1 família de pai, mãe, filho, filha
1 dupla de amigos vestidos de morcego
2 casais apaixonados
1 casal não tão apaixonado

doze pessoas que viram trailer e tinham ingressos
saíram de suas grandes casas em denver
Só a dupla de amigos se importava mesmo:
os casais beijavam e riram com os barulhos
a família tinha um jantar com os avós mais tarde.

Não era um momento especial (antes fosse!)
com todas as cerimônias que a morte deve oferecer
mas nunca oferece.
Porque a morte é um momento especial.
A morte é o clímax da vida.

Mais de doze pipocas jogadas no chão
cocas-colas, corpos frios no abafado da sala
conhecida por ser a melhor sala de Colorado
a imagem em alta definição (que não parou)
o som perfeito fazia os tiros quase reais (e disparou)

doze pessoas
não viram o final do filme.

2 comentários:

  1. Um dos poemas mais fortes que você já postou aqui, Mari. Achei a frase "a morte é o clímax da vida" muito poderosa e cheia de significado.

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  2. Qual será a forma da nossa morte? Uma das coisas que a gente nem pensa...obrigado por tocar num assunto tão forte de um jeito que não esperava. Sério, ficou ótimo

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