12 de julho de 2010

Memórias

Tenho algumas memórias de infância. Algumas, já não tenho mais. Algumas delas foram ficando pelo caminho à medida que o futuro se tornava presente e que outras coisas tomavam relevância maior. Algumas andam mais frescas na mente, como a do que eu comi ontem ou a que horas é a consulta no dentista, mas com o tempo vão-se sem aviso, levadas para algum lugar.
Lugar esse que ninguém sabe qual. Que ninguém sabe se é real ou se é imaginário. Talvez um grande armário com centenas de gavetas, o qual vamos alojando e compartimentando cada uma de nossas lembranças, por data. Ou algo mais caótico como uma grande sala com milhões de memórias jogadas ao léu.
Memória não serve de nada. Memória não alimenta, não faz companhia, memória não fala. Mas memória é feita para ser lembrada. Memória ensina, memória mata (mesmo que de forma triste, irreal) a saudade. Memória é conforto. Memória é passado e memória é futuro. Memória é querer estar onde se está, pelo caminho de chegar até lá, e querer seguir em frente, pelo desejo de lembrar. Memória é isso. Lembrar, relembrar. E relembrar é viver.

PS.: Fiz pro colégio esse texto, então, enfim... tá aí :)

4 comentários:

  1. Que lindo, Mari! Eu, particularmente, tenho uma memória excelente. Me lembro de tudo e gosto de recordar, especialmente àqueles tempos bons, que não irão nunca mais voltar, infelizmente...

    Um beijo!

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  2. A nostalgia tem suas duas faces. :)

    Lindas, as duas.

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  3. e como saber se temos ou tivemos certas memórias quando já não nos lembramos delas?!
    complexo...

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  4. bem pensado. esquecer-se da memória...

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