8 de julho de 2010

Pseudônimo

Eu vou escrever um poema
de palavrinhas brincantes,
com expressões nunca ouvidas
da minha caixinha de coisas-não-ditas.
Inerte, acabarei dizendo-te tudo.
Nervosamente, gritando
meu estoque de incoerências
que, desconexas, contam verdades.
Vou contar nas entrelinhas
do abismo existente entre
o que eu sou, o que eu acho que sou
e o que eu pretendo ser.
E ainda te incluirei no meu discurso:
Vou dizer tudo o que eu odeio em você
e tudo o que me faz te amar.
E como eu amo! - direi no poema.
Mas aí no finalzinho
quando for hora de assinar
assino, assim, com outro nome
que você nunca tenha ouvido falar;
Ou, ainda, chego no final
e termino com boas risadas,
falo que era tudo mentira
ou culpo um personagem.
E minha negação só vai confirmar
Que esse poema que pretendo fazer
É inteirinho sobre mim
e é inteirinho pra você

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