30 de setembro de 2010

Você sorri

Só eu sei o que se passou pela minha mente no momento em que seus olhos de desafio me miraram perguntando insistentemente sobre quem era ele que vivia falsamente em minhas retinas, criado por mera utopia. Juro que não sabia se mentia, se dizia a verdade, mas sei que sua impaciência me fazia mais inerte ainda, sorrindo, boquiaberta, te olhando.
Sabe, eu chamei isso de ciúme algum tempo depois, mas na hora eu não pude dizer qual era sua real intenção por detrás daquela indignação e isso foi me afligindo, uma vez que eu não sabia o quanto avançar ou voltar. Éramos nós dois de sempre num terreno novo que eu nunca tinha experimentado. E foi assim, eu travei.
E aí me entregaram. O que eu tentava tão bravamente guardar só pra mim foi dito, assim, em voz alta. E você sorriu pra mim. Pronto, me perdi mais ainda. Foi um sorriso de vitória, não é? Como quem diz "ahá, te peguei!". E você me pegou mesmo. No flagra. Caramba, te amo. E é você, só você quem vejo. Só o pensei. Continuei e, dessa vez, mais calma, só me entreguei em partes. Meu amigo. Bonito. Atraente. Engraçado. Disfarcei com outro corpo qualquer. Boa gente. E com um sorriso lindo... E eu sorria. E você sorria. E me fazia sorrir. Eu quase não ouvia suas palavras... não havia nenhuma de fato. Só seus olhos... e meus olhos... Ei, realidade!
"Só não vá ficar se achando agora..."
E você sorria...

2 comentários:

  1. Existem sorrisos que desarmam a gente mesmo. E eu adoro quando isso acontece comigo. :)

    Beijos, Mari! Bom final de semana!

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  2. haha eu travo, Ka... travo!

    beijos

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