6 de outubro de 2010

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Estou feito criancinha, emburrada por não entender. Cruzei os braços, briguei com o mundo. Eu odeio as coisas que eu não sei! Eu odeio não saber se elas são coisas mesmo. E o tema da indignação hoje começou pequeno. Um bit, um átomo! Odeio bits e átomos! Minhas palavras são bits, oito pra cada letra, nove pra não ter erro. É muita coisa! Ainda mais infantilmente, assumo que é mais do que as calorias que eu poderia ingerir num dia, é mais do que as vezes que eu posso piscar os olhos por dia e mais do que o número de objetos que tem no meu quarto. Só não é mais do que os átomos! Estes são minha desgraça! Penso agora numa bolinha rodeada de pequenos objetos em órbita que é o que posso fazer pra não me desesperar tanto. Mas sabe? Essa bolinha que imagino - do tamanho da minha mão -, é feita, cada parte dela, de milhões de átomos! E lá vem a coceira mental de novo!
"Um corpo tende a ficar em movimento se estiver em movimento e em repouso, se estiver em repouso." Mas, enfim, quem pôs os elétrons na órbita daquele núcleozinho miserável. E digo mesmo! Pra quê estudar tudo isso? Me atormentam! Quero saber mais! E a discussão torna-se grande, vem a maior das questões. E eu não sei respondê-la! Não sei! Imagine uma caixa. Dentro dela uma bolinha e dentro da bolinha, nós. Ok, posso perfeitamente fazê-lo. Mas o que há depois da caixa é muito mais fácil de entender do que saber o que há depois do universo. Sim, a caixa é meu universo. E o que direi ainda da existência? Necessita de um espaço físico, certo? Onde este acaba? E se ele é só uma partícula de outra coisa ainda mais gigantesca, de um outro átomo, dessa vez milhões de vezes maior do que o nosso. E isso me faz pensar nas galáxias existentes dentro de cada elétron... e, ok, esta conversa está ficando estranha! Acho que cobro muito da humanidade, que nem sabe o que é luz e ainda não resolveu seus problemas mais simples e de tamanhos aceitáveis, relativamente. Mas como dizer onde acaba algo que existe e onde começa a existir as coisas inexistentes. Coisas inexistentes NÃO existem!! Não existem, me ouviu? A raíz dos números negativos, simplesmente, NÃO existe! E se não existe, por que citá-la? Por que dizer da sua inexistência? As coisas inexistentes são infinitas. Simplesmente, TODAS as coisas que não existem não existem e, sendo assim, são muito poucas as que existem perto das que poderiam existir e... ok, respire senão você acaba pensando no final do pi, que há de ser uma medida exata!, e aí lá vem mais um texto inteiro e lá vem mais perguntas e cada vez menos respostas. E, para parar por aqui, porque já cheguei em casa e a ponta do lápis vai engrossando e a paciência esvai-se e a curiosidade, firme, permanece... para parar por aqui devo dizer que, se não for possível encontrar respostas, que, pelo menos, parem com as perguntas para que eu durma em paz! Obrigada.

PS.: Tudo bem, não foi bonito, nem legal quanto podia ser, mas eu PRECISAVA esvair minhas indignações quanto ao mundo.

10 comentários:

  1. física, química, matemática... nããão!!
    você deve gostar de números, mas cuidado para não enlouquecer... rsrs.

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  2. É sempre bom desabafar, Mari. Ainda mais se fazendo de forma tão talentosa quanto você. Descarregue sempre suas insatisfações em relação ao mundo. Pior é ficar guardando tudo para si mesma.

    Beijo!

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  3. Suellen, gosto tanto que eles me assombram!

    Pra isso o blog, Ka! Tem me sido útil!

    Valeus! :)

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  4. não foi bonito? não foi legal? tá louca? mas enfim, gosto é gosto.. pra mim o texto tem um ritmo excelente, flui de forma bem legal e isso sem contar o conteúdo do texto que tbm eh bem interessante...mas enfim isso eh só pra registrar minha indganação com o seu p.s. rsrs

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  5. ok.. primeiro.. as coisas que não existem não existem mesmo? onde começam as coisas inexistentes, vc pergunta no texto? mas existe realmente começo , existe realmente fim?

    a gente acredita em individualidades.. a gente acredita em corpos, a gente acredita e tem fé em unidades... pra que isso tudo exista, pra que nosso mundo não desabe ao menos conceitualmente diante de nós precisamos acreditar na unidade... precisamos acreditar que quando jogo o meu cinto no chão de minha sala existe uma coisa meu cinto e outra coisa o chão da sala.... o cinto tem inicio e fim assim como o chão da sala tbm.

    da unidade das coisas, de acreditar que realmente existem coisas, corpos singulares e não simplesmente um campo amorfo que engloba tudo, um campo amorfo de atomos ou qquer coisa que o seja, enfim.. de acreditar que o que existe não eh um monte da mesma coisa mas sim corpos destacaveis, como meu cinto, como tua caneca favorita onde vc não bebe café, partindo dessa coisa de acreditar na unidade dos corpos, das coisas como seres singulares damos um grande salto para crermos na unidade de nós mesmos...

    passamos a nos perceber enquanto individuos, enquanto seres, unicos, dotados até de inteligência, um plus em relação às coisas, como a minha borracha verde que tbm eh singular e tem inicio e fim, e não se confunde com a mesa de madeira onde ela está agora deitada...

    enfim, da unidade dos objetos percebemos nossa propria unidade, nossa singularidade... então essa coisa de delimitarmos inicios e fins é fundamental para que acreditemos em nossa própria existencia...

    eu adoro tudo isso e adoro sentir que eu sou eu mesmo e não me confundo com vc, e adoro pode passar por um caminhão de livo e não me sentir cortado qdo o maquinario deles vai amassando e girando o lixo jogado ali no fundo do caminhão.. pq eu me reconheço como não sendo aqueles objetos.. como não sendo o lixo...

    tdo mto bonito... e fundamental, pra minha sanidade mental... mas até que ponto podemos acreditar nos limites?

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  6. é certo que vc me influencia, vc pode me dar um conselho uma sugestão que pode me fazer mudar de idéia, se vc me influencia.. se vc interage comigo, se vc me empurra, a alguma zona de transição.. algum limite foi transposto.. ok , talvez não mas essa me parece uma leitura ao menos razoavel... ao menos vemos que o limite não eh estanque... como as celulas... elas incorporam coisas do meio.. qdo ultrapassam o limite de suas membranas parte do meio passa a ser celula, faz parte dela, compõem uma nova unidade... então de alguma forma me fundo com tdo aquilo que me relaciono? ok, dificilmente alguem vai concordar com isso, não devia ter começado pelo argumento mais radical.. vamos a um ponto de vista menos exótico...

    limites... a idéia é linda.. adoro ela e o que surgiu dela... nossa consciencia de que somos singulares, que o existe vc e que existo eu e que somos "coisas" diferentes... mas o que eu sou... sou mesmo diferente do meio? ok, sou não vou tentar negar isso.. mas então existe um limite entre eu e o meio? onde fica? eu sou vivo? suponho que sim.. as celulas mortas que cobrem toda minha pele fazem parte de mim? aprendi em biologia que uma das camadas de nossa pele eh feito de celulas mortas.. se elas tbm são eu, eu sou vivo e morto ao mesmo tempo?

    o que quero dizer eh, a despeito de a idéia de limite, de inicio e fim, ser sensacional para compreendermos e nos relacionarmos com o que nos cerca será que existe realmente um limite assim tão preciso? é que para nos diferenciarmos do meio nós construimos essa ideia de limite, de inicio e fim, mas será que o limite realmente existe como algo preciso?

    é possivel precisar onde termino eu e começa o chão? ou a parede quando lhe toco com a palma da mão?

    a unidade eh sensacional... mas até em biologia quando estudamos ecologia vemos que todos os diversos ecosistemas se interligam...

    a ideia de sistemas de unidades eh sensacional e fundamental para compreendermos o mundo... mas isso tdo tbm eh uma questão linguistica.. nossa linguagem não pode segurar- pra não usar limitar, rsrs- o mundo dos fenomenos..

    então desculpa.. falei escrevi demais.. rsrs só queria polemizar com tua certeza em criar categorias como a das coisas inexistentes e dizer que elas simplesmente não existem...

    e "pior" do que isso, comparar infinitos... o inifinito do não existir x o infinito do existir... - eh que isso vai contra minha formação ideologica.. rsrs mas enfim já deixei um pouco do que penso... deixo as polemicas pra algum comentario em algum outro post...

    long life beatles song´s

    :p

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  7. Nilo, aplausos!
    Sua visão se assemelha bem à minha... o que fiz foi cortar a unidade em mil pedacinhos ou cogitar ser essa unidade só parte (tal como um ecossistema, como você citou) de uma outra unidade ainda muito maior, cuja existência desconhecemos. A indignação veio por causa desse 'desconhecemos'. Venho procurando umas respostas que me assombram e elas sempre parecem simples demais, complexas demais ou supostas demais. Acho também que tudo é unidade. Uma gota é unidade, assim como o conteúdo de um copo é unidade, assim como o mar é unidade e toda a água do mundo é uma unidade. Depende somente do que vamos considerar.
    O teu cinto é unidade, Nilo, e o chão também. O teu cinto ao chão é unidade a partir do momento em que os chama de 'bagunça'. E assim as coisas se agrupam quando se fazem necessárias e acabam por formar uma unidade ainda maior chamada existência, que deve formar algum tipo de unidade, que não faço ideia de qual seja.

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  8. Quanto ao PS, foi momentâneo... terminei o texto e notei o quanto ele parecia falado demais, gritado demais, com letras maiúsculas demais!

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  9. ah quase ia esquecendo de comentar aqui.. já ouviu falar sobre o livro "zen e a arte de manutenção de motocicletas"? qdo li seu post me lembrei do livro imediatamente... eh sensacional, vale a pena ler.. ok, ok, eu nunca terminei aquele livro, mas até onde eu li tava genial.. rsrs

    nunca terminei pq naquela epoca costumava pegar mta coisas ao mesmo tempo pra ler e mtas vezes não terminava a maioria deles... será que sou ansioso? rsrs

    : )

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  10. hahaha vou procurar, nilo.
    nao se culpe, quem nao e hoje em dia?

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