26 de abril de 2010

Seja

Ei, pára com isso! Presta atenção no que eu digo! É isso que você quer? Quer dizer... Eu não sei mais quem é você. Não sei mais o que é gente debaixo de todas essas máscaras que você foi pondo pra si mesma, de cada um desses disfarces com os quais você se escondia, se protegia.
Ei, dê a cara a tapa. Se mostre, seja, imponha, obrigue-me a gostar de ti, do seu verdadeiro eu. Não se molde em cima do que eu digo, do que eu sou. Se molde em cima de você mesma. Me dê o ultimato! E que seja o último dos ultimatos. Não me dê chance.
Chega dessas frases, que você pensa tão espontâneas, mas que se repetem a cada vez que fala. Escreva, invente, seja. Faça o que quiser. Só o que quiser. E não me deixe ser tão imperativa com você.
Sabe que já pensei que, talvez, de tanto que você cria faces pra si, essas faces sejam você. Talvez você seja a moça-que-inventa-faces e essa seja sua melhor definição. Ou talvez isso tudo não passe de uma idiotice sem tamanho e não dá pra definir alguém colocando algumas palavras juntas. Talvez seres humanos - e qualquer tipo de coisa existente - sejam assim, de várias faces, uma pra cada situação, pra cada tempo, pra cada ponto de vista.
Mas seja como for, seja. Só seja. Seja você, nem que com essas faces. Tenha tuas faces, mas que tuas faces espelhem sempre pra dentro e te digam - e me digam - que é você e não que sejam espelhos narcisistas que me confortam a cada vez que te vejo. Seja você.

Ou simplesmente ignore tudo o que eu disse, porque, afinal eu sou só a Srta. eu-ponho-palavras-juntas-pra-definir-pessoas.


Tira a máscara que cobre o seu rosto
Se mostre e eu descubro se eu gosto
Do seu verdadeiro jeito de ser (Pitty)

2 comentários:

  1. Ser a gente mesmo é difícil num mundo em que somente o que queremos é ser aceitos. Mas, eu concordo totalmente com teu poema!

    Beijo!

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  2. Quem de dentro de si não sai, morre sem amar ninguém.

    Mari, agradeço pela visita e venho aqui retribuir seus sopros de palavras,

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