7 de abril de 2010

A única exceção

Às vezes a saída mais fácil é sorrir e fingir que está tudo bem. As pessoas cobram o sorriso, cobram que, junto delas, você finja mesmo que você e ela saibam que não está. Mas se a gente sorri, só sorri, as pessoas passam a gostar do nosso sorriso, e uma vez que choramos, elas desistem da gente.
O problema mesmo é o amar.
Não quero que amem meu sorriso. Quero que amem minha inteligência, meu carisma, minha alma, minhas escolhas, quero que amem meu cheiro, meu rosto, meu jeito, mas o sorriso não! Quero que amem - e defendam - minha felicidade, sim, mas não o sorriso. Não é feliz quem sorri. É feliz quem consegue chorar quando é hora, também. É feliz quem sabe sentir.
Mas chegou a hora. Em algum lugar da minha alma está lá alojadinho. Mas temos que arranjar outros meios. É hora de escolher continuar sorrindo ou deixar-se sentir.
Eu sempre vivi assim, mantendo uma distância confortável, e eu achava que era feliz com a solidão, porque isso tudo nunca valeu o risco. Você é a única exceção.
Por enquanto, eu vou sorrindo, com um choro apertado aqui dentro. Sorrindo, com você-sonho aqui dentro. Eu não posso me deixar enganar, eu sei que você vai embora pela manhã.
Eu prometi nunca mais escrever sobre amores que não existem. Você é a única exceção.

PS.: Quase obviamente baseado em "The Only Exception", Paramore.

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